A Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande declarou estado de emergência nesta segunda-feira (24) após seu pronto-socorro atingir níveis críticos de superlotação. Em ofício oficial, a instituição comunicou a impossibilidade de receber novos pacientes, com a unidade de emergência - projetada para 13 leitos - abrigando mais de 80 internados.

O diretor técnico William Lemos registrou em vídeo a situação extrema: "A situação aqui na Santa Casa de Campo Grande é, como a gente pode dizer, caótica, por falta de outro termo que possamos utilizar. Estamos passando por um quadro de desabastecimento e de dificuldades financeiras, e continua a pressão pela chegada de pacientes. Infelizmente, o hospital Santa Casa de Campo Grande pede socorro". As imagens mostravam pacientes acomodados em macas pelos corredores e até no saguão principal.

Em comunicado à imprensa, a Diretoria Técnica alertou: "O setor de urgência e emergência, originalmente projetado para acomodar 13 leitos, encontra-se neste momento com mais de 80 pacientes internados". O documento ainda destacou que a superlotação causa "sobrecarga acentuada em toda a cadeia de serviços prestados pelo hospital", com estoques de insumos em "situação crítica de escassez".

Ações imediatas

O ofício foi encaminhado para a Coordenadoria de Urgências, Samu, Central de Regulação Hospitalar, Central de Regulação Estadual e 32ª Promotoria de Justiça, solicitando a interrupção imediata de novos encaminhamentos. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) respondeu afirmando que "está implementando um conjunto de medidas emergenciais" para aliviar a pressão nas unidades de urgência, mas ressaltou que "não tem dívida alguma com a Santa Casa".

A secretaria municipal orientou que:

• Casos graves (classificação amarela) devem procurar UPAs ou Centros de Regulação
• Casos leves (classificação azul e verde) como sintomas gripais leves sejam atendidos nas USFs (Unidades de Saúde da Família)A medida visa "garantir um fluxo mais eficiente e reduzir a sobrecarga nas unidades de urgência", conforme explicou a Sesau em nota oficial.