Sábado, 23 de Agosto de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que convidará pessoalmente os presidentes dos oito países que compartilham a Floresta Amazônica para a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus (AM), no dia 9 de setembro. Segundo Lula, a preservação ambiental está intrinsecamente ligada ao combate ao crime organizado, incluindo o garimpo ilegal.
A declaração foi feita durante o encontro de líderes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em Bogotá, na Colômbia.
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"[O centro] é uma coisa muito importante para combater o garimpo legal, o narcotráfico, o contrabando de armas e para combater qualquer outra coisa que nos perturbe", disse o presidente.
"O povo amazônico merece viver livre da violência. Violência que destrói a floresta e envenena as águas, que acaba com o sustento dos pescadores e dos extrativistas, que expulsa indígenas de suas terras e ribeirinhos das suas casas, que tira a vida de quem luta pela Amazônia, como Chico Mendes, Dorothy Stang, Bruno Pereira e Dom Phillips e tantos outros", acrescentou Lula.
Em operação desde junho, o CCPI Amazônia tem como foco o enfrentamento de crimes transnacionais que afetam a região. O centro promoverá a articulação entre as forças de segurança pública do Brasil e dos países vizinhos, facilitando o intercâmbio de informações e o desenvolvimento de ações integradas contra crimes ambientais, tráfico de drogas e contrabando.
O CCPI contará com representantes dos estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), fortalecendo a cooperação. A estrutura inclui serviço de inteligência, divisões de operações e logística, sala de videomonitoramento, gabinete de crise e sala de imprensa.
A Floresta Amazônica abrange nove países: Brasil, Peru, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Guiana, Suriname, Equador e Guiana Francesa, com cerca de 50 milhões de habitantes e 6,74 milhões de km² de território, dos quais 60% estão em solo brasileiro.
Lula também criticou as ações dos Estados Unidos de enviar navios de guerra para a costa da Venezuela, argumentando que é um pretexto para intervir na região.
"Há muito tempo que os países ricos nos acusam de não cuidar da floresta. Aqueles que poluíram o planeta tentam impor modelos que não nos servem, utilizam a luta contra o desmatamento como justificativa para o protecionismo, usam o combate ao crime organizado como pretexto para violar nossa soberania. Mas está chegando o momento de mostrar ao mundo a realidade da Amazônia. Ela não é só feita de árvores, é também de gente que vive e respira todos os dias", afirmou.