Sábado, 19 de Abril de 2025
Os pais de uma bebê de 10 meses, que faleceu na madrugada desta segunda-feira (14), foram presos sob acusação de homicídio culposo. A Polícia Civil apontou negligência, já que a mãe teria deixado a unidade de saúde antes do término do atendimento na última sexta-feira (11), agravando o estado da criança. Com a detenção do casal, os outros dois filhos, de 3 e 6 anos, foram encaminhados a um abrigo.
As crianças estão sob custódia da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) para depoimentos. O delegado Roberto Morgado, responsável pelo caso, decretou a prisão em flagrante dos pais, baseado na falta de cuidado que resultou na morte. Um laudo preliminar indicou "insuficiência respiratória decorrente de broncopneumonia" como causa do óbito. O delegado também mencionou hematomas no corpo da criança, que serão investigados, mas descartou que tenham relação direta com a morte.
Histórico familiar
Em 2020, a mãe já havia sido alvo de denúncia por condições insalubres ao cuidar do filho mais velho, então com 6 anos. Na época, o Conselho Tutelar tentou três visitas sem sucesso, pois a família não foi encontrada no endereço registrado. Não houve novas informações sobre o caso desde então. Quanto à escolaridade, apenas o filho de 6 anos está em idade obrigatória, mas não há confirmação de matrícula.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a bebê foi atendida inicialmente às 13h07 de sexta-feira na Unidade de Saúde da Família do Bairro Portal Caiobá, sendo encaminhada para a UPA às 15h01 com classificação de risco amarelo. Diagnosticada com bronquiolite, recebeu medicação e foi reavaliada às 18h57. Porém, às 20h26, a família deixou a unidade sem alta médica. Na madrugada de segunda, a criança retornou à UPA já sem vida.
Uma vizinha contou que a mãe saiu de casa com a bebê nos braços, afirmando que ela não respirava, e pediu um transporte para os bombeiros. O Samu tentou reanimação por uma hora, sem sucesso. A URSA (Unidade de Resgate e Suporte Avançado) notou hematomas e seguiu protocolos policiais. Vizinhos descreveram a casa como "deplorável", mas negaram ter visto violência contra as crianças. A Sesau confirmou que o corpo chegou sem acompanhante e foi encaminhado para perícia.
O caso permanece sob investigação, com acompanhamento do Conselho Tutelar e autoridades locais.