Quinta, 21 de Agosto de 2025
A defesa de Jair Bolsonaro manifestou surpresa com o indiciamento de seu cliente pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Segundo a decisão, Bolsonaro e seu filho Eduardo teriam atuado junto ao governo dos Estados Unidos com o objetivo de influenciar o funcionamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Notícias relacionadas:
Em nota, os advogados de Bolsonaro afirmaram que os elementos apontados na decisão serão esclarecidos dentro do prazo estabelecido pelo ministro relator, ressaltando que não houve descumprimento de medidas cautelares.
O indiciamento da Polícia Federal foi anunciado em meio à divulgação de mensagens e áudios do ex-presidente, em conversas com o pastor Silas Malafaia e com Eduardo Bolsonaro.
As conversas, encontradas no celular de Jair Bolsonaro, revelam que o ex-presidente condicionava a aprovação de anistia aos condenados pela trama golpista à negociação para retirada de tarifas aplicadas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros.
Diante da situação, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou um prazo de 48 horas para que a defesa de Bolsonaro preste esclarecimentos sobre informações obtidas pela PF durante a investigação.
Entre os pontos a serem esclarecidos, está o documento em que Bolsonaro pede asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, e o contato com o general Braga Netto, com quem o ex-presidente estava proibido de se comunicar.
“Diante do exposto. Intime-se a defesa de Jair Bolsonaro para que, no prazo de 48 horas, preste esclarecimentos sobre os reiterados descumprimentos das medidas cautelares impostas, a reiteração das condutas ilícitas e a existência de comprovado risco de fuga”, decidiu Moraes.