Quarta, 17 de Setembro de 2025
O antigo edifício Docas Dom Pedro II, localizado na Pequena África, no Rio de Janeiro, agora se chama Armazém Docas André Rebouças. A homenagem reconhece o legado do engenheiro negro e abolicionista André Rebouças, responsável por projetos como a Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá e a modernização dos portos do Rio de Janeiro e Santos.
A decisão foi anunciada durante a reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O novo nome será registrado nos livros de tombo do Iphan. André Rebouças foi um defensor da abolição da escravatura, propondo medidas sociais para integrar os ex-escravos à sociedade.
O edifício, construído sem mão de obra escravizada, é um marco da engenharia nacional e um símbolo da resistência negra. Tombado pelo Iphan em 2016, o prédio agora celebra a contribuição negra na história do Brasil, homenageando André Rebouças.
O Armazém Docas André Rebouças está localizado na Pequena África, um roteiro histórico na região portuária do Rio de Janeiro que marca a Diáspora Africana no Brasil. O local se tornou um símbolo da luta pela afirmação da identidade e história da comunidade afrodescendente.
Construído em 1871 e projetado por Rebouças, o edifício representa a evolução da técnica de construção e a modernização dos portos no Brasil.
André Pinto Rebouças nasceu em Cachoeira, Bahia, em 1838. Filho de Antônio Pereira Rebouças, advogado autodidata e conselheiro do imperador Dom Pedro I, e Carolina Pinto Rebouças.
>>Novo herói da pátria, André Rebouças deixou legado antirracista
Em 1846, a família Rebouças mudou-se para o Rio de Janeiro. André e seu irmão Antônio ingressaram na Escola Militar, formando-se engenheiros militares em 1860. Após uma viagem à Europa, retornaram ao Brasil em 1863 e foram responsáveis por reformas nas fortalezas de Santos até Santa Catarina. Em 1864, André projetou o novo porto do Maranhão.
André participou da Guerra do Paraguai entre 1865 e 1866 e, após retornar ao Rio de Janeiro por motivos de saúde, participou das obras do porto da cidade. Foi diretor das obras das novas Docas da Alfândega e responsável pela construção das Docas de Pedro II.